Nos últimos três meses, o mercado imobiliário de Curitiba e região experimentou um cenário de estabilidade moderada, com variações específicas de acordo com o perfil dos imóveis. No segmento de alto padrão, a demanda por residências bem localizadas em bairros como Batel, Bigorrilho e Ecoville continuou aquecida, impulsionada pela procura de famílias que buscam qualidade de vida e infraestrutura completa. Esses imóveis mantiveram seus valores, com leves correções para cima, especialmente em projetos novos que oferecem diferenciais como áreas de lazer mais sofisticadas e opções de sustentabilidade, como painéis solares e reaproveitamento de água.
No entanto, o mercado de imóveis populares, como os apartamentos voltados para o programa Minha Casa Minha Vida, viu uma leve desaceleração no ritmo de vendas. Com a inflação impactando diretamente o poder de compra da classe média e baixa, muitos potenciais compradores preferiram adiar a aquisição de imóveis e focar em soluções de aluguel. O aumento da taxa Selic também desestimulou financiamentos longos, elevando o custo das parcelas e reduzindo a atratividade para novos compradores que dependem do crédito habitacional. Por outro lado, o mercado de aluguéis nessa faixa de preço viu uma ligeira alta nos valores, refletindo a maior demanda.
A oferta de terrenos e imóveis comerciais na região metropolitana, por sua vez, manteve-se mais estática. Em cidades próximas, como São José dos Pinhais e Pinhais, a procura por áreas comerciais e galpões logísticos foi impactada pela cautela dos investidores diante da incerteza econômica nacional e internacional. Mesmo com a localização estratégica e proximidade dos grandes centros, a valorização dessas propriedades não foi tão expressiva quanto nos anos anteriores. A expansão de negócios para essas áreas seguiu um ritmo mais conservador, refletindo as dificuldades de acesso a crédito para empreendedores e empresas de médio porte.
Em síntese, o cenário do mercado imobiliário de Curitiba e região nos últimos meses tem sido de uma oscilação entre segmentos de alta e baixa renda, com maior resiliência nos imóveis de luxo e mais desafios para o público de menor poder aquisitivo. A expectativa para o próximo trimestre é de uma leve recuperação, caso haja sinais de estabilidade econômica e redução na taxa de juros, o que poderia reaquecer a demanda, especialmente entre compradores que buscam alternativas de financiamento menos onerosas.
Paulo Polli
CRECI PR 19555
CRECI SC 41607
Perito Avaliador 45083
Certificação CVM
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